História
«Em reunião da Associação Comercial do Bombarral de 27 de Outubro de 1920 foi proposto por António Joaquim Pinheira que se tratasse da criação do Corpo de Bombeiros. A ideia começou a tomar forma com a convocação de uma reunião conjunta com todas as colectividades locais e ainda com um representante do jornal "O Concelho do Bombarral". Essa reunião teve lugar a 21 de Março de 1921 e saiu uma comissão composta por sete elementos com os poderes necessários a organizar a Corporação. Da comissão organizadora fazia parte Tomás Conceição Rosado que decidiu aplicar os 1.200$00 da verba entretanto recolhida, na compra de uma quota da Empresa Bombarralense de Electricidade Lda., alegando que a passaria para o nome da Associação assim que esta estivesse legalmente formada. O 1.º acto da Associação, foi a aprovação dos seus estatutos, pela comissão organizadora, em 5 de Outubro de 1924. Só em 26 de Dezembro de 1924 foram os Estatutos aprovados pelo Governador Civil do Distrito de Leiria, ficando definitivamente ultrapassadas as dificuldades para a sua legalização.
A primeira Assembleia Geral para eleição dos Corpos Gerentes realizou-se em 6 de Março de 1925, e a 20 do mesmo mês, reuniu a 1.ª Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Bombarral - Corpo de Salvação Pública. O Corpo Activo dividia-se então em três secções: a secção combatente, a secção de saúde e a secção feminina da Cruz Roxa cuja presidente era Maria Emília Martins Coimbra. Mais tarde formou-se uma secção de Polícia. A Corporação tinha como Comandante o engenheiro João Maria Bello de Morais que entrou na Associação em Março de 1925 para formar o Corpo Activo e tinha como Chefe Adjunto do Comando Evaristo Judicíbus.
Os primeiros tempos foram marcados por grandes dificuldades económicas. Todos trabalhavam para a angariação de associados que, por sua vez, também tinham dificuldades em pagarem a quota.
O primeiro quartel provisório foi no átrio do Teatro Eduardo Brazão. As reuniões da Direcção faziam-se umas vezes na residência de Bello de Morais, outras no salão do Teatro Eduardo Brasão e outras ainda, no escritório da firma Garrudo & Ramos Lda.
A Direcção tentava equipar o Corpo Activo, tendo deliberado, em 28 de Maio de 1925, comprar uma escada Crochet . Em 14 de Maio foi pedido ao Ministério da Guerra um chassis de automóvel a fim de ser montado um carro pronto-socorro. Em 9 de Outubro comprou-se a moto-bomba Delaye com empréstimo de dinheiro de António Pereira Bernardino.
Na reunião da Direcção, de 16 de Janeiro de 1926, o Comandante queixa-se que o Corpo Combatente não tem fardamentos nem emblemas e torna-se necessário instruir mais bombeiros. Na altura Evaristo Judicíbus fazia contactos para a aquisição do terreno do quartel que estava quase negociado A aquisição será feita pela Câmara Municipal do Bombarral ao Sindicato Agrícola do Bombarral e já havia autorização para o negócio se concretizar. A planta do quartel tinha tido ordem para ser elaborada na reunião de Direcção de 4 de Junho de 1925.
Entretanto, o átrio do Teatro Eduardo Brazão tornara-se pequeno para albergar todo o material dos bombeiros, por isso Ramiro de Magalhães, em Janeiro de 1927, cedeu uma das dependências do seu edifício enquanto não se conseguisse casa mais apropriada. A Associação na altura possuía, um auto pronto-socorro, a bomba manual Flaud , e dois carros auxiliares, adquiridos por intermédio da Câmara Municipal do Bombarral à sua congénere de Lisboa.
Fonte:
«Breve Historial dos Bombeiros Voluntários do Bombarral - 75.º Aniversário» de Francisco Carlos Vergikosk. Edição da AHBVB, Bombarral, 1999.
Selecção e adaptação de Carlos Baptista
Fotos:
1.Corpo Activo em 10/06/1928
2.O Comandante Honorário Carvalhido, ladeado por Evaristo Judícibus (à esquerda) e António da Costa (à direita)
3.Evaristo Judicibus
4. Dr. Alberto Martins dos Santos, Presidente da Assembleia Geral entre 1925 e 1965